Com uma carreira que se estende para muito além das fronteiras da filosofia, Catherine Larrère é uma das académicas mais preeminentes do mundo francófono. Com um rigor intelectual exemplar, tem usado a sua voz para demonstrar argumentos convincentes sobre questões de ecologia, ambiente, economia e sociedade. Larrère trouxe debates sobre ecologia política, ética ambiental, a filosofia da tecnologia e os direitos dos animais para a linha da frente do pensamento francófono. O peso e o impacto do seu trabalho nestes campos e a sua influência nas gerações mais jovens são absolutamente excepcionais.
Em França, Catherine Larrère é também considerada uma das principais especialistas em filosofia política do século XVIII — especialmente a de Montesquieu — e em filosofia ambiental. As suas especulações sobre “o bom uso da natureza” tem sido amplamente reconhecida como uma nova abordagem filosófica criativa e uma alternativa robusta à ideia de uma “natureza selvagem”.
Com muitos artigos publicados, cadeiras e palestras em simpósios internacionais, Larrère é professora emérita da Universidade de Paris I-Panthéon-Sorbonne, onde dirige o Centro de Filosofia Contemporânea (Centre de Philosophie Contemporaine – PhiCo). Ao apoiar investigadores, ideias e projetos inovadores, esta autêntica filósofa convida-nos a explorar novas vias de pensamento, desempenhando, ainda, um papel significativo na transformação e atualização do mundo académico, científico e intelectual europeu.
A sua perseverança e o seu talento para incitar à mudança têm inspirado muitas gerações de estudantes, principalmente mulheres, e prova que a filosofia continua a ser relevante e necessária.

Créditos: © Dorian Prost
No dia 12 de maio, conduz, no âmbito da Temporada Portugal-França, a conferência “Será que existe uma estética da natureza?”, parte do ciclo “Políticas da Estética: O Futuro do Sensível”, no Centro Cultural de Belém (Lisboa). Neste debate, Larrère expõe os critérios estéticos que, desde o século XIX, têm desempenhado um papel importante na proteção da natureza: é porque a consideramos bela que a queremos proteger. Mas a que chamamos beleza quando falamos de natureza? Por que fazer da arte a mediação indispensável para captar a beleza da natureza? Se suprimirmos a mediação artística, o que acontece à estética? Continua a ser uma questão de beleza? Como considerar o modo como as atividades artísticas continuam a interessar–se pelo meio natural e pelo lugar que o homem nele ocupa?
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