David Douard é nascido em 1983, em Perpinhã, a capital da região de Pirenéus Orientais. Formou-se na Escola Superior Nacional de Belas Artes, em Paris, e 2011, e atualmente vive e trabalha em Aubervilliers, situada nos arredores da capital francesa.
Mesmo antes da pandemia, o núcleo do trabalho de David Douard já enfatizava a proliferação da matéria, como um vírus. Desta transmissão e contágio entre o orgânico, o textual e o virtual, resulta um universo feito de frustrações, doenças, desvios, caos.
O seu trabalho recorre, de forma quase selvagem, às mais contraditórias referências — poesia, história da ciência, tecnologia, animismo, contracultura, etc. — para criar contos e peças alegóricas que refletem as relações «infecciosas» que se manifestam entre mundos, sempre a partir de uma perspetiva que adota a permeabilidade como característica constitutiva de todos os seres e ambientes.
Para a sua primeira grande exposição individual em Portugal, que tem lugar na Fundação de Serralves – Museu de Arte Contemporânea até novembro, David Douard propõe-se a deslizar sobre as «doenças do real». Composta por obras virais geradas por uma matriz textual, «O’Ti’Lulabies» explora as transformações e fraturas que nos assombram, materializadas em «esculturas híbridas, guiões mutantes e imagens incontroláveis».

David Douard, O’DA’OLDBORIN’GOLD. Instalação na Galerie Chantal Crousel, Paris (2019). © Cortesia do artista e da Galerie Chantal Crousel, Paris. Foto: Martin Argyroglo.
O trabalho de David Douard tem sido apresentado em inúmeras instituições pela Europa e pelo mundo. Em exposições individuais e coletivas, o artista já passou pelas salas do FRAC Île-de-France, Paris (2020); Irish Museum of Modern Art, Dublin, Irlanda (2019); KURA. c/o Fonderia Artistica Battaglia, Milão (2018); Palais de Tokyo, Paris (2014 e 2018); Musée d’Art Moderne, Paris (2015 e 2017); Kunstverein Braunschweig (2016); Fridericianum, Kassel (2015); Sculpture Center, Nova Iorque (2014); Astrup Fearnley Museet, Oslo (2014); e Fondation Pernod Ricard, Paris (2012).
David Douard também participou em várias bienais, incluindo a Bienal de Lyon (2013), a Bienal de Taipé (2014) e a Bienal de Gwangju (2018).
Entre 2017 e 2018, foi residente na Academia Francesa em Roma, Villa Medici. Neste primeiro ano, recebeu, ainda, o prémio Fondazione Ettore Fico na Feira Artissima em Turim.
As suas obras integram as coleções do Musée d’Art Moderne, Paris, França; Fonds national d’art contemporain, França; FRAC Île-de-France, Paris, França; e FRAC Limousin, Limoges, França.
Foto em destaque: © Valentin Boure
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