Qual a importância do projeto IMAGINE! estar inserido na programação de Temporada Portugal-França?

O projeto IMAGINE! resulta de um convite do FITE para um trabalho de parceria relevando vários temas em comum estratégicos para a bienal Contextile: desenvolvimento de projetos no âmbito da arte têxtil contemporânea; ligação entre territórios de cultura têxtil; 10 anos de existência; ligação entre duas cidades, Guimarães e Clermont-Ferrand, uma antiga capital europeia de cultura, e uma candidata para 2028. E para a bienal Contextile, que nasceu e integrou a programação da Guimarães 2012 – Capital Europeia da Cultura, estas conexões são queridas nas nossa missão e estratégia.

 

Neste intercâmbio entre a Contextile – Bienal de Arte Contemporânea e o FITE – Festival International des Textiles Extraordinaires, como se processa a implementação do projeto, nomeadamente, em Guimarães e junto do público português?

Dez anos volvidos, e já com 5 edições realizadas, a bienal Contextile é, reconhecidamente, uma referência internacional no âmbito da arte têxtil contemporânea. Mas é também, um acontecimento cultural e artístico ímpar, que transforma Guimarães, e a região do Vale do Ave, no epicentro de um processo de interação e ligação entre artistas, criadores, comunidades, indústria e territórios, contribuindo assim para os processos de reforço da identidade do lugar, incentivo à criatividade e inovação e valorização da cultura têxtil. Assim, a implementação das várias atividades torna-se mais fácil junto da EAAD – Universidade do Minho, das Empresas Têxteis, da comunidade vimaranense e região. Em particular junto dos Centros de Arte e Museus, que acolhem este projeto – o Paço dos Duques em especial – e o Município de Guimarães que, mesmo com as dificuldades ainda resultantes da pandemia, abraçou este projeto.

Em que se traduz esta programação cultural conjunta e cruzada?

A programação foi pensada em forma de espelho, ou seja, as mesmas ações nas duas cidades, Guimarães e Clermont-Ferrand, enquadrando dinâmicas já existentes em cada cidade e região, agora num quadro cultural e identitário diferente. 

Realizamos visitas de trabalho em Clermont-Ferrand e os nossos amigos franceses em Guimarães. E, mesmo com as naturais diferenças, pensamos em ações que melhor cruzassem as diferenças culturais e artísticas, para daí resultarem a troca de ideias, conhecimento e o saber fazer.

Projetamos uma exposição com 10 artistas franceses em Guimarães, e uma exposição com 10 artistas portugueses em Clermont-Ferrand; residências artísticas nas duas cidades, em simultâneo; e um trabalho de intercâmbio entre Escolas de Artes de Guimarães e Clermont-Ferrand.

Expressar novos imaginários para o amanhã é o tema proposto pelo projeto IMAGINE!. Qual é o futuro do setor têxtil?

O têxtil português está muito forte a nível internacional, pois tem investido na inovação, na tecnologia e na criatividade. E o seu futuro passará pela aposta na sustentabilidade, através da reciclagem, novas fibras, fibras naturais. A Contextile, ainda em micro, tem sabido, pouco a pouco, contribuir para este desafio, em parceria com a comunidade e a indústria têxtil.

No futuro, gostaria de voltar a colaborar com entidades francesas na criação de intercâmbios?

Sim. Este projeto vai deixar marcas profundas na relação entre a Contextile e o FITE, bem como entre as cidades de Guimarães e Clermont-Ferrand.