
Informações Práticas
Sociedade Nacional de Belas Artes
Rua Barata Salgueiro 36
Data de início: 17/06/2022
Data de fim: 16/07/2022
Horários:
Segunda a Sexta-feira das 12h às 19h
Sábados das 14h às 19h
Site & Redes Sociais
Apresentação
A artista plástica Christine Enrègle apresenta duas séries de desenhos a carvão sobre tela de algodão, realizadas no âmbito de residências artísticas em Lisboa em 2021, a partir das Ficus macrophylla do Jardim Botânico da Ajuda e do Jardim Botânico de Lisboa.
A exposição divide-se em dois espaços. Assim, na Galeria de Arte Moderna da Sociedade Nacional de Belas Artes são mostrados os desenhos realizados no Jardim Botânico da Ajuda e, na Sala Azul do Museu Nacional de História Natural e da Ciência, os realizados no Jardim Botânico de Lisboa.
Estas séries de desenhos inscrevem-se no prolongamento da série anterior realizada a partir das Ficus Macrophylla do Jardim da Estrela e da Praça do Principe Real e apresentada em julho 2020 na exposição Do jardim tropical ao carvão vegetal: o desenho na linha das metamorfoses, na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa.
Estas séries são pensadas como sequências de imagens que entram em ressonância com o movimento perpétuo da metamorfose do ser vivo, do vegetal em particular. A nossa intenção é pôr em evidência a diversidade das formas vegetais geradas pelo crescimento da árvore, e sublinhar o seu carácter orgânico. Estes desenhos são vividos como o resultado (o “precipitado”) do encontro entre o vegetal e o humano, que estas formas orgânicas revelam.
Assim, numa altura em que a noção de antropoceno é recorrente, privilegiamos a da reciprocidade dentro do mundo vivo, destacada por Emanuele Coccia que sublinha o papel de cada um (vegetal, animal, humano…) na transformação do nosso ambiente.
Biografia da artista:
Christine Enrègle foi a primeira artista plástica em residência no Jardim Botânico do Rio de Janeiro em 2004, onde apresentou instalações in situ numa exposição individual no mesmo jardim.
Desde 2017, participa em várias residências artísticas em França e no estrangeiro, em particular em Lisboa, onde apresentou em 2020 desenhos numa exposição individual na Sociedade Nacional de Belas-Artes e onde recebeu a Menção honrosa no Salão dos sócios 2020, no âmbito do programa “Lisboa Capital Verde Europeia”. Participou também em várias exposições individuais e coletivas em França, Portugal, Brasil e Coreia do Sul onde recebeu em 2017 o Primeiro prémio na exposição internacional organizada em Seul pelo Korean Society of Color Studies.
A sua abordagem artística é orientada para a prática da paisagem considerada como material, cujos elementos recolhidos, deslocados e transformados, constituem a matriz das suas instalações. Desde 2017, privilegia o desenho a carvão sobre tela e interessa-se pela metamorfose das plantas, especialmente pelo crescimento da árvore cujo carácter orgânico sublinha.
Os seus desenhos são vividos como o resultado (o “precipitado “) do encontro entre o vegetal e o humano, que estas formas orgânicas revelam. Eles questionam o lugar dado ao vegetal nas nossas sociedades ocidentais e o modo de relação que mantemos com ele.